Helena Roseta
facebook
Quase 20% dos alojamentos locais de Lisboa foram criados onde havia habitação
03-03-2017 João Pedro Pincha, Público
*

Estudo encomendado pela AHRESP contraria algumas ideias sobre o sector, como as relativas às plataformas de arrendamento. Mas só 30% dos empresários contactados respondeu ao inquérito.

Muitos lisboetas apontam o dedo à proliferação do alojamento local como causa para inúmeros despejos e a diminuição da oferta de habitação, mas um estudo da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) tenta contrariar essa ideia. Segundo os resultados de um inquérito a 1777 estabelecimentos de alojamento local, 19% desta oferta turística na Área Metropolitana de Lisboa foi criada em locais que estavam arrendados para habitação.

A grande maioria dos apartamentos e moradias para turistas e dos hostels, 59%, estão hoje instalados em imóveis que, antes, estavam desocupados. É a principal conclusão do estudo promovido pela AHRESP, financiado pelo Turismo de Portugal e realizado pelo ISCTE e a empresa de promoção turística Sítios, cujos resultados serão apresentados esta sexta-feira em Lisboa.
O inquérito foi enviado por e-mail aos responsáveis de quase seis mil estabelecimentos de alojamento local dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, mas apenas 30% destes responderam. Dessa amostra foi possível concluir que 86% das unidades de alojamento local são apartamentos e que a maioria dos empresários do sector são pessoas singulares (60%), muitas delas exclusivamente dedicadas a este negócio (46%).

Há dois empresários que têm mais de cem unidades de alojamento local, mas a maior parte (58%) tem entre uma e vinte. É ainda referido que “os empresários estrangeiros começam a assumir um peso relevante” no sector, mas não são apresentados dados concretos. Grande parte dos que estão neste ramo revela preocupação com a carga fiscal (67%), com questões legais, com a concorrência e com a sazonalidade do negócio, mas a grande procura de estrangeiros por Portugal é encarada como uma oportunidade por 85% dos empresários.